Ermida de N. Sra. da Penha – miradouro

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Anterior a 1570, construída no período áureo do renascentismo português, a ermida de N. Sra. da Penha, à qual se acede por uma íngreme escadaria, possui uma nave trapezoidal articulada com sacristia retangular e com capela-mor com teto semicircular revestida a azulejos seiscentistas, de maçarocas ou pinhas com cercaduras de acantos (o mesmo padrão do da igreja de N. Sra. da Alegria em Castelo de Vide), de cor azul, amarelo e branco, sob cuja cúpula apresenta um altar típico em estilo Barroco. A imagem da Sra. da Penha foi roubada e a que hoje apresenta é uma cópia, continuando a ser venerada pela população, tendo a sua festividade na 1ª semana de agosto. Na parede sul foi integrado o afloramento granítico existente no local. Na fachada apresenta um painel de azulejos alusivo à Senhora da Penha, bem como uma cruz em granito no topo do frontão. No adro possui um cruzeiro do séc. XX.

Isolada no topo da serra de São Paulo, a 710 m de altitude e acerca de 1 km a sudoeste de Castelo de Vide, a sua envolvente paisagística é fantástica, pois dali se avista aquela vila, com o seu castelo, casario branco e campos, a monumental crista quartzítica onde fica Marvão, a este, o rio Sever delimitando a fronteira, e a norte o horizonte recortado pelas serras do Açor, Gardunha e Estrela.

Tente observar as aves que por aqui saltitam e voam, nomeadamente o rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros) e o melro-azul (Monticola solitarius) característico de zonas rochosas, bem como algumas rapinas, incluindo a águia-calçada (Aquila pennata). À noite, é frequente ouvir-se o grito assustador da coruja-do-mato (Strix aluco).

Inaugurada em 1990, a fonte, perto da ermida, é da autoria do mestre António Ventura Porfírio (natural de Castelo de Vide foi pintor e conservador do Palácio Nacional de Queluz), sendo a água recolhida do interior da serra graças a um furo artesiano.