PR4 NIS Trilhos do Conhal
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O trajeto inicia-se no Arneiro, onde em tempos a população, inclusive as mulheres, se dedicava quase na totalidade à pesca, restando hoje apenas alguns pescadores. Segue depois por um caminho de terra batida, em direção à serra de São Miguel. Com as Portas de Ródão no horizonte, o olival é substituído gradualmente por azinheiras, terrenos inundados de cascalho e muros de quartzito. Ao entrar na serrania, de vegetação densa, serpenteamos pelos socalcos que escondem velhas oliveiras. No topo, já entre pinheiros-bravos, passamos junto ao Buraco da Faiopa, na serra de S. Miguel, onde combateram cristãos (visigodos) e mouros. Este buraco da Faiopa, terá sido uma mina de ouro explorada por cartagineses e fenícios. Diz a lenda que D. Urraca, esposa de um fidalgo cristão, se apaixonou por um nobre mouro. O buraco da Faiopa seria o extremo da passagem subterrânea utilizada pela dama cristã, quando saía do castelo para, de barco, ir ao encontro do mouro. O marido vingou-se, atirando-a ao rio atada a uma mó, afundando-se no pego de D. Urraca - nome por que ainda hoje é conhecido. Avançamos na direção do “castelo” de Ródão e podemos contemplar o voo silencioso de grandes aves planadoras, como o grifo. Ao longe avista-se o Tejo, a foz da ribeira do Vale, o Conhal e Vila Velha de Ródão. Visite o miradouro sobre as Portas de Ródão, com vista privilegiada sobre a ponte do Tejo e Vila Velha de Ródão, à direita (de quem está de frente para o rio), e sobre o Conhal, Pego das Portas e Fonte das Virtudes à esquerda. Desça pela rocha, junto à encosta rica em zimbros e medronheiros, e avance em direção ao Conhal. Antes de o atingir é possível visitar o cais do Pego das Portas, na margem do Tejo com os barcos dos pescadores. Na margem tente observar o invasor lagostim-vermelho-da-luisiana e, com sorte, alguns dejetos de lontra. Aproveite para subir a um dos gigantescos montes de seixos que compõem a grande escombreira que é o Conhal, resultante da extração de ouro que, em tempos idos, teve lugar por estas bandas. Depois de passar pelas pequenas hortas, com os seus poços, picotas, muros de xisto e casas de telha mourisca, atingimos a fonte do ribeiro do Vale, na qual se destaca a saliência onde se apoiavam os cântaros de barro. De regresso ao Arneiro, é possível visitar os fornos comunitários onde se cozia o pão e apreciar as casas com os poiais*, rematados com xisto, os rodapés, as chaminés trabalhadas e os pequenos postigos por onde entra a luz. *Poial - banco fixo de madeira ou pedra junto a um muro ou às paredes externas de uma casa. NATUREZA: esta zona reveste-se de sobreiros, azinheiras, oliveiras, pinheiros e eucaliptos. Entre os arbustos conta-se a esteva, a giesta, o rosmaninho, o zimbro, o medronheiro, a urze e o alecrim. Podem observar-se o gaio, o pisco-de-peito-ruivo, o pintassilgo, tordos, a perdiz, a codorniz e o melro-azul, ou aves de maior porte, como a garça-real, a cegonha-branca e mesmo a cegonha-preta, o milhafre-preto, a águia-pesqueira, uma colónia de grifos e abutre-do-egipto (no verão), o corvo-marinho-de-faces-brancas (principalmente no inverno) e, à noite, ouvir o bufo-real. No Tejo, em cujas margens abundam o junco, o salgueiro, o choupo e o freixo, pesca-se o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, a lampreia, o bordalo, o sável e a perca. ARTESANATO: olaria pedrada; bordados e alinhavados de Nisa; rendas de bilros; frioleiras; aplicações em feltro e bainhas abertas. GASTRONOMIA: arroz de cachola de Alpalhão; febrinhas da matança; sopa de sarapatel; sopa de afogado; migas de batata; papa ratos; maranhos; pezinhos de tomatada; feijões das festas; arroz de lampreia; sopa de peixe do rio. Doçaria (cavacas, bolos dormidos, esquecidos, nisas, barquinhos). Queijo mestiço de Tolosa (IGP); queijo de Nisa (DOP); salsicharia e enchidos de Alpalhão.

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O trajeto inicia-se no Arneiro, onde em tempos a população, inclusive as mulheres, se dedicava quase na totalidade à pesca, restando hoje apenas alguns pescadores. Segue depois por um caminho de terra batida, em direção à serra de São Miguel. Com as Portas de Ródão no horizonte, o olival é substituído gradualmente por azinheiras, terrenos inundados de cascalho e muros de quartzito. Ao entrar na serrania, de vegetação densa, serpenteamos pelos socalcos que escondem velhas oliveiras. No topo, já entre pinheiros-bravos, passamos junto ao Buraco da Faiopa, na serra de S. Miguel, onde combateram cristãos (visigodos) e mouros. Este buraco da Faiopa, terá sido uma mina de ouro explorada por cartagineses e fenícios. Diz a lenda que D. Urraca, esposa de um fidalgo cristão, se apaixonou por um nobre mouro. O buraco da Faiopa seria o extremo da passagem subterrânea utilizada pela dama cristã, quando saía do castelo para, de barco, ir ao encontro do mouro. O marido vingou-se, atirando-a ao rio atada a uma mó, afundando-se no pego de D. Urraca - nome por que ainda hoje é conhecido. Avançamos na direção do “castelo” de Ródão e podemos contemplar o voo silencioso de grandes aves planadoras, como o grifo. Ao longe avista-se o Tejo, a foz da ribeira do Vale, o Conhal e Vila Velha de Ródão. Visite o miradouro sobre as Portas de Ródão, com vista privilegiada sobre a ponte do Tejo e Vila Velha de Ródão, à direita (de quem está de frente para o rio), e sobre o Conhal, Pego das Portas e Fonte das Virtudes à esquerda. Desça pela rocha, junto à encosta rica em zimbros e medronheiros, e avance em direção ao Conhal. Antes de o atingir é possível visitar o cais do Pego das Portas, na margem do Tejo com os barcos dos pescadores. Na margem tente observar o invasor lagostim-vermelho-da-luisiana e, com sorte, alguns dejetos de lontra. Aproveite para subir a um dos gigantescos montes de seixos que compõem a grande escombreira que é o Conhal, resultante da extração de ouro que, em tempos idos, teve lugar por estas bandas. Depois de passar pelas pequenas hortas, com os seus poços, picotas, muros de xisto e casas de telha mourisca, atingimos a fonte do ribeiro do Vale, na qual se destaca a saliência onde se apoiavam os cântaros de barro. De regresso ao Arneiro, é possível visitar os fornos comunitários onde se cozia o pão e apreciar as casas com os poiais*, rematados com xisto, os rodapés, as chaminés trabalhadas e os pequenos postigos por onde entra a luz. *Poial - banco fixo de madeira ou pedra junto a um muro ou às paredes externas de uma casa. NATUREZA: esta zona reveste-se de sobreiros, azinheiras, oliveiras, pinheiros e eucaliptos. Entre os arbustos conta-se a esteva, a giesta, o rosmaninho, o zimbro, o medronheiro, a urze e o alecrim. Podem observar-se o gaio, o pisco-de-peito-ruivo, o pintassilgo, tordos, a perdiz, a codorniz e o melro-azul, ou aves de maior porte, como a garça-real, a cegonha-branca e mesmo a cegonha-preta, o milhafre-preto, a águia-pesqueira, uma colónia de grifos e abutre-do-egipto (no verão), o corvo-marinho-de-faces-brancas (principalmente no inverno) e, à noite, ouvir o bufo-real. No Tejo, em cujas margens abundam o junco, o salgueiro, o choupo e o freixo, pesca-se o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, a lampreia, o bordalo, o sável e a perca. ARTESANATO: olaria pedrada; bordados e alinhavados de Nisa; rendas de bilros; frioleiras; aplicações em feltro e bainhas abertas. GASTRONOMIA: arroz de cachola de Alpalhão; febrinhas da matança; sopa de sarapatel; sopa de afogado; migas de batata; papa ratos; maranhos; pezinhos de tomatada; feijões das festas; arroz de lampreia; sopa de peixe do rio. Doçaria (cavacas, bolos dormidos, esquecidos, nisas, barquinhos). Queijo mestiço de Tolosa (IGP); queijo de Nisa (DOP); salsicharia e enchidos de Alpalhão.
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Alentejo
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Nisa
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Monumento Natural das Portas de Ródão
Caraterização Base
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PTCON0007 São Mamede
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CIMAA - Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo
Caraterização do Percurso
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De automóvel, acesso a partir de:
- Vila Velha de Ródão (± 12 km) – pela N18 (direção sul) após cerca de 7 km vire à direita para a M527 até Monte do Arneiro;
- Nisa (± 15.5 km) - pela N18 (direção norte) após cerca de 10 km vire para a esquerda para a M527 até Monte do Arneiro.
Em Monte do Arneiro corte à direita para a R. do Velado. O início do percurso fica no fundo da rua, junto ao edifício da junta de freguesia.
GPS: 39.615975, -7.702301
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Não
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Rua do Velado, 1 - Monte do Arneiro, junto à sede da junta de freguesia de Santana.
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Rua do Velado, 1 - Monte do Arneiro, junto à sede da junta de freguesia de Santana.
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11 km
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Todo o ano, mas poderá ter troços escorregadios com chuva e ser quente no verão.
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4 h
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206 m
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Difícil
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Circular
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Bom
Apoios no local
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Existe painel de início e direcionais ao longo do percurso.
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Existem algumas zonas de repouso e uma fonte no percurso.
Perfil Topográfico
De automóvel, acesso a partir de:
- Vila Velha de Ródão (± 12 km) – pela N18 (direção sul) após cerca de 7 km vire à direita para a M527 até Monte do Arneiro;
- Nisa (± 15.5 km) - pela N18 (direção norte) após cerca de 10 km vire para a esquerda para a M527 até Monte do Arneiro.
Em Monte do Arneiro corte à direita para a R. do Velado. O início do percurso fica no fundo da rua, junto ao edifício da junta de freguesia.
GPS: 39.615975, -7.702301