PR7 PTG-CVD Carreiras

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Carreiras, aldeia a 600 m de altitude, cujo nome deriva de “carreira” (estrada pouco larga ou caminho para carros), certamente relacionado com a rede de caminhos medievais ou mesmo romanos, possui uma igreja dedicada a São Sebastião cuja construção data do século XVIII, tendo sido reconstruída em 1771, durante a qual foram alteradas a dimensão e fachada. Apenas a capela-mor manteve a sua traça original, possuindo 3 altares, nomeadamente o altar-mor, o de Nossa Senhora; e o de Santo Cristo. O percurso desenvolve-se ao longo do flanco ocidental da serra de São Paulo, o extremo noroeste da serra de São Mamede. Para oeste as vistas são sempre magníficas, de grande vastidão, as quais poderemos apreciar em serenidade do miradouro do parque de merendas da Fonte dos Carvoeiros ou de um dos cumes da serra. A pecuária é aqui a principal atividade rural, por isso, não é de estranhar a companhia dos gados, que tira partido de solos que assentam sobre um substrato granítico com 500 milhões de anos, bem mais antigo do que a maioria dos granitos existentes em Portugal. O coberto arbóreo é dominado pelo carvalho-negral e pelo sobreiro, que vão tendo a companhia da oliveira, do castanheiro e do pinheiro-bravo, mas o destaque vai para o sistema agrário que tira partido desta situação, i.e. o montado, uma formação que aqui se diferencia pelo facto de ser essencialmente constituída pelo carvalho-negral (Quercus pyrenaica) ou numa mistura deste com o sobreiro. No estrato arbustivo pode encontrar o tojo-gadanho (Genista falcata), a giesta-branca (Cytisus multiflorus), a esteva (Cistus ladanifer), a urze (Calluna vulgaris), o rosmaninho (Lavandula pedunculata) e a carqueja (Pterospartum tridentatum). Parte significativa do percurso assenta numa calçada medieval que, por este lado da serra, ligava Portalegre a Castelo Vide. NATUREZA: no vale e nas encostas predomina um montado de sobro acompanhado por carvalhos-negrais. Em termos de pequenas aves, pintassilgos, verdilhões, tentilhões, pintarroxos e alvéolas esvoaçam pelos campos. Nas escarpas quartzíticas pode observar aves rupícolas (i.e. de zonas rochosas) como o grifo (Gyps fulvus), o melro-azul (Monticola solitarius), o corvo (Corvus corax) e o rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros). PATRIMÓNIO: igreja de São Sebastião (Carreiras). ARTESANATO: bonecas de trapos; tapeçarias (ponto de Portalegre), cestaria e adufe de Portalegre. GASTRONOMIA: cozido de grão com vagens à alentejana; bacalhau albardado; cachola; coelho em vinha d'alhos; e lebre frita. Doçaria (manjar branco, toucinho-do-céu, lampreia de amêndoa e rebuçados de ovos). Cereja de S. Julião (DOP).