PR1 MRV Percurso de Marvão
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É outro, este Alentejo de escarpas e penhascos, vales e ravinas, carvalhos e castanheiros. Mas lá está o sobreiro, ora imponente ora modesto, perene na folha e na memória, a dizer que o "Além Tejo" não é só montado e planura. Diversidade, exuberância e sombra passam por aqui. Nas curvas apertadas de medievais calçadas ressoam sinos de igrejas brancas e o chilrear alegre de passarada lesta. E a ave livre que saltita e canta também a nós liberta para olhar e ver o aroma agreste da floresta íngreme, o sabor suave de águas sempre puras, os recantos verdes onde o tempo parou. Marvão, sem mouros, sobranceira espreita o nosso divagar por encostas suas. Em baixo, na ponte quinhentista, os choupos empurram-nos para o céu azul. Ao lado, a Torre da Portagem já não cobra imposto. Só ao rio exige que lhe beije os pés. E as azenhas várias, que o Sever visita, dormitam saudosas recordando o trigo. O percurso inicia-se e termina no Largo das Almas, na Portagem, onde se observam magníficos choupos marginando o Sever. Adiante, pequenas hortas com oliveiras, cerejeiras e castanheiros. À saída da estrada alcatroada acede-se a uma calçada medieval que poderá corresponder a um antigo caminho romano. Surgem zonas florestais onde o sobreiro se associa ao carvalho-negral e ao castanheiro. À medida que nos aproximamos da Sra. da Estrela, o sobreiro reforça a sua predominância. A panorâmica é magnífica, observando-se as cristas quartzíticas da fronteira de Galegos (a sudeste), a serra Selada e o Pico de S. Mamede (a sul). Após um curto troço em estrada alcatroada alcançamos outra calçada medieval, ladeada de muros revestidos por vegetação. No fim da calçada dirigimo-nos para Abegoa, conjunto de casas pequenas e chaminés grandes. Daqui se avista uma área de blocos graníticos, onde sobressai a igreja da Sra. da Estrela. De Abegoa parte-se através de uma paisagem onde domina o carvalho, surgindo o sobreiro nas zonas mais secas. Na Fonte Souto merece referência uma capela em muito mau estado e duas sepulturas medievais escavadas na rocha. Retorna-se então a parte inicial do percurso atravessando um importante bosque de sobreiros. NATUREZA: entre as aves destacam-se, pela sua raridade, o melro-das-rochas, o melro-azul e o chasco-preto. Também algumas rapinas, nomeadamente o búteo ou águia-de-asa-redonda, o peneireiro-comum, o mocho-galego e a coruja-do-mato. Nos mamíferos merecem referência o javali, a gineta e, no rio Sever, a lontra. Na herpetofauna merecem referência a víbora-cornuda, a rã-ibérica e o lagarto-de-água, endemismos da Península Ibérica. PATRIMÓNIO: Portagem - calçada medieval, ponte e torre; Marvão - castelo, fortificações, pelourinho e núcleo urbano; Cruzeiro manuelino; Igreja e convento de N. Sr.ª da Estrela. ARTESANATO: bordados tradicionais com casca de castanha; cestaria em madeira de castanheiro. GASTRONOMIA: sopa de sarapatel; ensopado de borrego; chibo de cachafrito; alhada de cação; pão de rala com castanhas. Doçaria (pastel de castanha, boleima de maçã, tarte aramenha). Castanha (DOP).

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É outro, este Alentejo de escarpas e penhascos, vales e ravinas, carvalhos e castanheiros. Mas lá está o sobreiro, ora imponente ora modesto, perene na folha e na memória, a dizer que o "Além Tejo" não é só montado e planura. Diversidade, exuberância e sombra passam por aqui. Nas curvas apertadas de medievais calçadas ressoam sinos de igrejas brancas e o chilrear alegre de passarada lesta. E a ave livre que saltita e canta também a nós liberta para olhar e ver o aroma agreste da floresta íngreme, o sabor suave de águas sempre puras, os recantos verdes onde o tempo parou. Marvão, sem mouros, sobranceira espreita o nosso divagar por encostas suas. Em baixo, na ponte quinhentista, os choupos empurram-nos para o céu azul. Ao lado, a Torre da Portagem já não cobra imposto. Só ao rio exige que lhe beije os pés. E as azenhas várias, que o Sever visita, dormitam saudosas recordando o trigo. O percurso inicia-se e termina no Largo das Almas, na Portagem, onde se observam magníficos choupos marginando o Sever. Adiante, pequenas hortas com oliveiras, cerejeiras e castanheiros. À saída da estrada alcatroada acede-se a uma calçada medieval que poderá corresponder a um antigo caminho romano. Surgem zonas florestais onde o sobreiro se associa ao carvalho-negral e ao castanheiro. À medida que nos aproximamos da Sra. da Estrela, o sobreiro reforça a sua predominância. A panorâmica é magnífica, observando-se as cristas quartzíticas da fronteira de Galegos (a sudeste), a serra Selada e o Pico de S. Mamede (a sul). Após um curto troço em estrada alcatroada alcançamos outra calçada medieval, ladeada de muros revestidos por vegetação. No fim da calçada dirigimo-nos para Abegoa, conjunto de casas pequenas e chaminés grandes. Daqui se avista uma área de blocos graníticos, onde sobressai a igreja da Sra. da Estrela. De Abegoa parte-se através de uma paisagem onde domina o carvalho, surgindo o sobreiro nas zonas mais secas. Na Fonte Souto merece referência uma capela em muito mau estado e duas sepulturas medievais escavadas na rocha. Retorna-se então a parte inicial do percurso atravessando um importante bosque de sobreiros. NATUREZA: entre as aves destacam-se, pela sua raridade, o melro-das-rochas, o melro-azul e o chasco-preto. Também algumas rapinas, nomeadamente o búteo ou águia-de-asa-redonda, o peneireiro-comum, o mocho-galego e a coruja-do-mato. Nos mamíferos merecem referência o javali, a gineta e, no rio Sever, a lontra. Na herpetofauna merecem referência a víbora-cornuda, a rã-ibérica e o lagarto-de-água, endemismos da Península Ibérica. PATRIMÓNIO: Portagem - calçada medieval, ponte e torre; Marvão - castelo, fortificações, pelourinho e núcleo urbano; Cruzeiro manuelino; Igreja e convento de N. Sr.ª da Estrela. ARTESANATO: bordados tradicionais com casca de castanha; cestaria em madeira de castanheiro. GASTRONOMIA: sopa de sarapatel; ensopado de borrego; chibo de cachafrito; alhada de cação; pão de rala com castanhas. Doçaria (pastel de castanha, boleima de maçã, tarte aramenha). Castanha (DOP).
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Alentejo
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Marvão
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Parque Natural da Serra de S. Mamede
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Centro de Interpretação Cultural e Ambiental do Moinho da Cova
Caraterização Base
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PTCON0007 São Mamede
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CIMAA - Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo
Caraterização do Percurso
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Acesso a Portagem a partir de:
- Marvão (cerca de 6 km) – N359-6 e N359;
- Espanha pela Fronteira dos Galegos (cerca de 6 km) - IC 13;
- Castelo de vide (cerca de 8 km) - N 246-1; ou
- Portalegre (cerca de 16 km) - N 359.
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Sim
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Estacionamento junto à ponte metálica do rio Sever.
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Estacionamento junto à ponte metálica do rio Sever.
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8,2 Km
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Todo o ano, mas convém evitar o verão.
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4 h
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283 m
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Médio
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Circular
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Todos os grupos
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Satisfatório
Apoios no local
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Sim.
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Marvão – posto de turismo, alojamento, restauração, minimercado, farmácia e multibanco. Portagem – alojamento, restauração, minimercado e multibanco.
Perfil Topográfico
O percurso pode ser efetuado em qualquer época do ano, com algumas precauções no verão devido às altas temperaturas e no inverno pelo piso escorregadio.
Acesso a Portagem a partir de:
- Marvão (cerca de 6 km) – N359-6 e N359;
- Espanha pela Fronteira dos Galegos (cerca de 6 km) - IC 13;
- Castelo de vide (cerca de 8 km) - N 246-1; ou
- Portalegre (cerca de 16 km) - N 359.