• Depressão de Chão de Pias

  • Lisboa e Vale do Tejo

  • Porto de Mós

  • Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

  • Não

  • Acesso a Chão de Pias a partir de:

    - Alcanena (± 23,7 km) – N361 tome a R. 25 de Abril para a Louriceira que desemboca na R. de S. José. À entrada de Cortiçal corte à direita para a R. Principal, direção Chão de Pias.

    - Porto de Mós (± 9,6 km) – N362 para Serro Ventoso. Aí, tome a R. da Pebada e a R. Nova em Chão de Pias.

     

    GPS: 39.556490, -8.812610

  • No planalto de Sto. António e delimitada pelos relevos da serra de S. Bento, a oeste, e o topo da fórnea, a leste, a depressão de Chão de Pias é uma depressão cársica de forma alongada com cerca de 2 km de extensão. O seu fundo é atapetado por terra rossa (vermelha), constituindo uma área de solo mais fértil do que os solos esqueléticos que cobrem as zonas limítrofes. Este facto é comprovado pelas atividades agrícolas e pastorícia que ali se desenvolvem.

    Existem dúvidas quanto à origem desta depressão, havendo autores que a classificam como uvala, resultante da junção de dolinas, enquanto outros discordam. O Prof. Doutor Alfredo Fernandes Martins (1916-1982), geógrafo e um dos maiores especialistas da Península Ibérica em relevo cársico, nomeadamente do Maciço Calcário Estremenho, considerou que se tratava de um pequeno polje, que teria na sua origem um curso de água que drenava o setor norte do planalto e que desembocaria na ribeira de Chão de Pias. Devido a movimentações do maciço, esta ribeira teria ficado suspensa, continuando a progredir por galerias subterrâneas, tentando manter a ligação à linha de água de que era afluente. Sucederam-se processos cársicos à superfície e em profundidade que afeiçoaram o aplanamento observável - evidenciado pelo topónimo “Chãos”. A dissolução do calcário e a escorrência continuaram a contribuir para a evolução desta depressão.

     

    Carso – paisagem sobre rochas carbonatadas (calcários, mármores…) modelada devido à erosão. O nome deriva de Karst, uma região na Eslovénia com este tipo de paisagem.

    Depressão - terreno afundado devido a erosão, à tectónica ou por impacto.

    Dolina – depressão no calcário, pouco profunda e de formas arredondadas, em regra mais larga do que funda, resultado da dissolução das rochas carbonatadas por ação das águas da chuva ou do colapso de uma parte do terreno. Pode alcançar as centenas de metros de extensão e, geralmente, possui terra rossa no fundo. Pode dar origem a um sumidouro.

    Polje – depressão numa zona cársica, de dimensões consideráveis e fundo plano, com um contacto nítido relativamente às vertentes circundantes. O fundo é geralmente percorrido por um curso de água superficial que desaparece em profundidade no interior da própria depressão.

    Terra rossa – “rossa” significa vermelha. Expressão italiana que indica um solo avermelhado resultante da dissolução de rochas carbonatadas devido à água das chuvas. É composto por argila e óxido de ferro, daí a cor vermelha.

    Uvala – depressão resultante da junção de várias dolinas, não tendo lagoas temporárias.

  • Não definido