• Corte Geológico do Barranco de Zambujal

  • Lisboa e Vale do Tejo

  • Porto de Mós

  • Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

  • Não

  • Acesso a Chão de Pias a partir de:

    - Porto de Mós (± 8,8 km) - N362 até Serro Ventoso e R. da Pebada para Chão de Pias.

    - Alcanena (± 25 km) N361 para o Cortiçal. Aí tome a  R. 25 de Abril e R. Principal (direção Leiria) para Chão das Pias.

     

    O local do corte não tem acesso, pelo que deve ser observado de longe.

    GPS: 39.563728, -8.805549

  • Este corte geológico, numa alternância rítmica de margas e calcários argilosos, constitui o corte-tipo (estratotipo) para a unidade litoestratigráfica “Formação do Barranco de Zambujal” da base do Jurássico Médio. É igualmente um corte de referência biostratigráfica muito importante para caracterizar o Jurássico Inferior a Médio da Bacia Lusitânica, uma vez que permitiu reconhecer com segurança diversas biozonas de amonites do Toarciano Superior (biozona Aalensis) ao Bajociano Inferior (biozona Sauzei), incluindo as que definem os limites Toarciano-Aaleniano e Aaleniano-Bajociano.

     

    A série do Barranco de Zambujal foi depositada em ambiente marinho externo, relativamente profundo, possuindo, além da fauna de amonites, um conteúdo paleontológico importante constituído por belemnites, braquiópodes, lamelibrânquios e icnofósseis.

     

    Amonite ou amonoide – animais marinhos com concha (molusco), semelhantes aos nautiloides, que surgiram no Devónico inferior, há cerca de 400 milhões de anos (Ma), tendo evoluído rapidamente, nos 340 Ma seguintes, sendo bastante abundantes e tendo uma vasta distribuição, desaparecendo bruscamente no final do Cretácico. São, por isso, excelentes fósseis estratigráficos para o Mesozoico, permitindo datar rochas com um erro inferior a 1 Ma.

    Belemnite ou belemnoide – do grego belmnon que significa “flecha, dardo” e eidos  forma. Grupo extinto de cefalópodes, em forma de dardo, atualmente representados pelos chocos e lulas. 

    Biozona – camada ou conjunto de camadas que se caracterizam pela existência de uma ou mais espécies fósseis que lhe dão o nome. É a unidade base da zonação bioestratigráfica.

    Braquiópode – invertebrado marinho com duas conchas diferentes.

    Estratigrafia – parte da geologia que estuda e descreve os estratos das rochas sedimentares, quer como se formam e ocorrem na crosta terrestre quer a sua organização em unidades cartografáveis. A partir das propriedades daquelas rochas, desde a litologia ao seu conteúdo em fósseis, tenta estabelecer a sua distribuição e sucessão no espaço e no tempo reconstruindo, assim, a História da Terra.

    Estratotipo ou corte-tipo – sequência de estratos de uma dada unidade estratigráfica ou de um limite estratigráfico que é utilizada como padrão de referência para a definição e/pu caracterização dessa unidade ou limite. Sequência de rochas sedimentares usada como referência de um andar. O seu nome é, regra geral, formado acrescentando “iano” ao nome da região ou localidade onde foi definido. P. ex. Toarciano vem da região Thouars no oeste de França, que em latim tinha o nome de Toarcium.

    Icnito ou icnofóssíl - do grego "iknos" que significa "traço" ou "vestígio". Na verdade, é um fóssil de vestígios da atividade biológica de organismos que existiram no passado (as pegadas, as pistas de deslocação, os excrementos, os ovos e as marcas de dentadas fossilizadas são exemplos de icnofósseis).

    Jurássico - período geológico no qual dominaram os dinossáurios e em que o desenvolvimento da vegetação era abundante. Durou cerca de 54 milhões de anos, sensivelmente entre 208 a 144 milhões de anos atrás.

    Lamelibrânquio - o mesmo que bivalve, animal com duas conchas que se alimentam filtrando os nutrientes da água, ex. as ostras e as vieiras.

    Marga – rocha sedimentar que, em partes mais ou menos iguais, tem uma componente carbonatada e uma argilosa.

    Tabela cronoestratigráfica internacional

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