Covões do Forno, Curral, Vidoal e Nave Travessa
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Covões do Forno, Curral, Vidoal e Nave Travessa
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Centro
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Seia
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Parque Natural da Serra da Estrela
Identificação e Acessos
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Não
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Acesso a partir de:
- Seia (15 km) – N339, km 15,8.
A paragem é mais segura para quem sobe a serra a partir de Seia.
Paragem em GPS: 40.378315, -7.647370
Nave Travessa GPS: 40.3747222, -7.6630556
Caraterização Base
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Interesse: conjunto de moreias laterais e frontais, incluindo arcos morénicos frontais e rochas aborregadas, associados à língua glaciária do Covão Grande (uma das 7 principais na serra); sucessão de conjuntos “ferrolho glaciário e covões” (lagos em rosário); paisagem dos vales glaciários típicos; e vales suspensos.
A Nave Travessa localiza-se no sector montante do vale da Caniça, onde, no máximo da glaciação, existia uma língua de gelo com cerca de 5,5 km de extensão. Para montante, observa-se a área de proveniência do gelo, a qual, no contacto com a cabeceira do vale, apresenta escarpas de forte declive. Trata-se de um pequeno circo glaciário. A Nave Travessa, depressão que se encontra a ocidente, apresenta um amplo fundo plano, ficando acima do vale com o qual converge. É, pois, um típico vale suspenso cuja posição elevada do seu fundo em relação ao vale com o qual contacta se deve a este último ter sido sujeito a uma erosão mais intensa ou mais prolongada por ação do glaciar, o que terá levado a uma maior escavação em relação ao vale afluente. Porém, o principal aspeto desta área não está nas formas de erosão mas sim nas de acumulação. Uma observação atenta da Nave Travessa permite localizar diversas cristas morénicas correspondentes a distintas fases da dinâmica do glaciar deste vale. No contacto da Nave Travessa com o vale da Caniça encontra-se um alinhamento de blocos muito nítido, que constitui uma moreia lateral do glaciar do vale da Caniça. Na Nave Travessa encontra-se uma sequência de pequenos arcos morénicos, hoje cobertos por vegetação. Cada um destes arcos marca a posição, em fases distintas, do fim da língua glaciária, sendo os mais recentes os que se situam mais a montante. A existência destas pequenas acumulações implica que tenham existido períodos de estabilidade na frente do glaciar, seguidos de recuos relativamente rápidos. A pequena dimensão das acumulações leva a pensar que estas se formaram em fases curtas, quando a língua glaciária tinha pouca capacidade de transporte.
A alguns metros deste local, do lado esquerdo da estrada que vai para a Lagoa Comprida, encontra-se uma espetacular moreia lateral, muito mais antiga. Esta prolonga-se para ocidente e indica a existência, no passado e neste ponto, de uma espessura de gelo de pelo menos 150 m, enchendo todo o vale e ultrapassando a atual estrada.
Circo glaciário – forma em anfiteatro com paredes abruptas onde se acumula neve e gelo, que na Estrela alimentou as línguas glaciares dos vales. Quando o circo é limitado a jusante por uma saliência rochosa, dá-se a esta o nome de ferrolho glaciário. Quando o gelo derrete, forma-se um lago, que pode ou não ser preenchido com sedimentos, e que sobressai na paisagem. Na serra da Estrela, a essa depressão limitada pelo ferrolho dá-se o nome de Covão.
Covão – alargamento na cabeceira de um vale glaciário que funciona como bacia de receção.
Glaciar – acumulação de gelo permanente existente nos polos e nas altas montanhas e que se canaliza em vales, originando línguas glaciárias.
Lagos em rosário – sucessão de covões e ferrolhos que, com o desaparecimento do glaciar, deram origem a um conjunto de lagos.
Língua glaciária – parte de um glaciar de vale que fica a jusante do circo glaciário (a montante).
Moreia – acumulação de rochas transportadas e depositadas pelos gelos dos glaciares. Moreia lateral tem origem na parte lateral da língua glaciária. Moreia frontal quando se origina na parte da frente do glaciar.
Rocha aborregada – rocha ou saliência rochosa que lembra uma ovelha, devido a ter sido polida e desgastada por ação dos glaciares.
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Nacional