Acesso a partir de:

- Manteigas (± 23 km) – N338 e N339 (direção Loriga);

- Covilhã (± 24 km) – N339;

- Seia (± 25 km) – N339;

- Gouveia (± 35 km) – N232 e N339.

N339, km 26. GPS: 40.3408333, -7.6163889

O conjunto de afloramentos que constitui este sítio abrange a área correspondente à portela conhecida como Salgadeiras, a nascente da estrada (N339), e ali se vê um conjunto de pequenas lagoas. O arranque das lajes e blocos, que cobririam essas depressões, foi feito pelo gelo que, na sua passagem, poliu e estriou grandes extensões da superfície do granito. Observando estas com atenção vê-se que mesmo os vértices e arestas dos blocos de granito estão arredondados e polidos pelo gelo do glaciar. Ao tacto, a regularidade e a macieza da superfície polida mostra bem este fenómeno. Quando observadas com luz rasante (ao amanhecer e entardecer), as superfícies mais polidas mostram mesmo estrias que indicam a direção da língua de gelo. Nalguns locais podem até ser vistas caneluras modeladas no granito.

Observando a paisagem em redor, constata-se a regularidade da rocha, a ausência quer de blocos de rocha solta quer do saibro do manto de alteração que foi limpo pela passagem do gelo.

No alto da portela são visíveis blocos de granito porfiróide (i.e. com grandes cristais) de 2 micas, contrastando com o granito moscovítico (i.e. com mica branca) sobre o qual assentam, correspondendo os primeiros a blocos transportados pelo glaciar.

As turfeiras de altitude aqui presentes (e protegidas) proporcionam importantes elementos para se tentar compreender como seria o ambiente no Holocénico (i.e. nos últimos 18 mil anos).

Glaciar – acumulação de gelo permanente existente nos polos e nas altas montanhas e que se canaliza em vales, originando línguas glaciárias.