Acesso a partir de:

- Manteigas (± 19 km) – N338 e N339 pela Nave de Sto. António.

- Covilhã (± 21 km) – N339.

Na N339, km 30-31. GPS: 40.295556, -7.584167

Cobrindo a vertente oriental, no sector mais a montante do vale da ribeira da Alforfa, a cascalheira do Alto da Pedrice é o mais espetacular exemplo de gelifração (i.e. quebra de rochas por ação do gelo) na serra da Estrela, no granito da Pedrice entre 1320 e 1740 m de altitude. Trata-se de um depósito de pedaços de granito de duas micas, de grão fino, de vários tamanhos. Estas características apontam para uma origem periglaciar (i.e. das margens do glaciar que cobriu a serra da Estrela), resultante, de uma forma simplista, da ação repetida de ciclos de congelação e fusão da água nos interstícios das rochas, o que levou à sua fragmentação (crioclastia). A repetição destes ciclos fez com que a rocha se quebrasse, originando blocos bastante angulosos e de grande dimensões. Para um depósito como este se formar foi necessário que as vertentes estivessem em contacto com a atmosfera e, por isso, não cobertas pelos glaciares, para sofrerem as oscilações de temperatura diárias ou sazonais.

Cascalheira – depósito de cascalho, i.e. de seixos.

Gelifração – quebra das rochas devido a ciclos de congelação e fusão da água nos seus interstícios.

Glaciar – acumulação de gelo permanente existente nos polos e nas altas montanhas e que se canaliza em vales, originando línguas glaciárias.

(Adaptado de “Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela – locais de interesse geológico e geomorfológico”, ed. ICN e IGM, 1999)